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Aviação Militar

Israel pode atacar o Irã a qualquer momento e os EUA já estão evacuando diplomatas

Analistas dos EUA estimam 75% de chance de Israel atacar o Irã até o fim de junho


Inteligência militar dos EUA prevê ofensiva israelense contra programa nuclear iraniano - IADF
Inteligência militar dos EUA prevê ofensiva israelense contra programa nuclear iraniano - IADF

Israel pode atacar o Irã nos próximos 30 dias, segundo analistas da inteligência militar dos Estados Unidos, que estimam 75% de chance de uma ofensiva nos próximos 30 dias. Documentos confidenciais indicam que o governo israelense está disposto a agir mesmo sem o apoio direto de Washington.

A principal motivação, segundo os relatórios, é a percepção de que qualquer acordo entre EUA e Irã que permita o enriquecimento de urânio representa uma ameaça existencial ao Estado de Israel.

A tensão crescente levou os EUA a autorizar a retirada de funcionários não essenciais da embaixada em Bagdá e de outras instalações no Iraque. O Pentágono também autorizou a saída voluntária de familiares de militares posicionados em países da região.

Segundo informes de inteligência divulgados pela imprensa norte-americana, Israel conduziu dezenas de operações — abertas e clandestinas — contra o programa nuclear iraniano nos últimos dez anos. No entanto, a recente apresentação de um míssil balístico iraniano com alcance de 1.200 km alterou a percepção de ameaça israelense, ampliando a pressão por uma resposta direta.

Os riscos de escalada são amplificados pela ausência de canais diretos de comunicação entre Israel e Irã. Ao contrário da lógica de dissuasão que existiu na Guerra Fria (1947 – 1991), baseada em contato constante entre potências nucleares, as atuais relações evoluem com base em mensagens indiretas, o que aumenta a probabilidade de erros de cálculo estratégicos.

Irã reforça defesas e ameaça bases dos EUA

Recentemente Teerã respondeu com manobras militares dos Estados Unidos e Israel com ameaças diretas. O ministro da Defesa do Irã, Aziz Nasirzadeh, afirmou que, em caso de conflito, a Guarda Revolucionária atacará todas as bases norte-americanas em países vizinhos. Paralelamente, os Houthis, aliados do Irã, lançaram mísseis balísticos a partir do Iêmen em 9 de junho, como parte da estratégia de testar múltiplas frentes.

Embora o Irã tenha posicionado sistemas de defesa em torno de instalações como Natanz e Fordow, analistas apontam que esses locais continuam vulneráveis a armamentos de penetração profunda, como os já usados por Israel em operações anteriores na Síria e no Iraque.

Diplomacia e imes sobre enriquecimento de urânio

Uma sexta rodada de negociações indiretas entre EUA e Irã está marcada para os próximos dias em Omã. O ponto central do ime permanece: os EUA exigem o fim total do enriquecimento de urânio, enquanto o Irã considera essa demanda inaceitável. O presidente Donald Trump declarou que "não permitirá" que o Irã desenvolva uma arma nuclear. A Casa Branca e seus aliados avaliam que, caso o Irã obtenha armamentos nucleares, o risco de um ataque contra Israel ou a Arábia Saudita aumentará significativamente.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estimou recentemente que o Irã possui 408,6 kg de urânio enriquecido a 60%, próximo ao nível de pureza necessário para uma arma nuclear.

Impacto global: petróleo, segurança e proliferação

Caso o conflito escale, especialistas preveem aumento de 30% a 50% no preço do petróleo na primeira semana. O estreito de Ormuz, rota por onde a 21% do petróleo global, está no centro da preocupação. A organização marítima do Reino Unido já alertou embarcações a evitarem a região.

Além disso, seguradoras como a Lloyd’s of London registraram alta de 400% nos prêmios para coberturas na área desde maio de 2025. O risco de proliferação nuclear também é significativo, já que uma guerra ou a ameaça concreta de conflito atômico pode levar países como a Arábia Saudita a buscarem armamento nuclear próprio.

Próximos 30 dias serão decisivos

O desfecho desse ime terá implicações diretas na arquitetura global de não proliferação nuclear. Se a diplomacia falhar, o precedente de um ataque pode comprometer décadas de esforço internacional para controlar arsenais atômicos

Por Edmundo Ubiratan
Publicado em 12/06/2025, às 11h52


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